A Infraestruturas de Portugal celebra o legado do caminho de ferro em Portugal, numa viagem que cruza passado, presente e futuro.
Hoje, 28 de outubro de 2024, celebra-se o aniversário dos caminhos de ferro em Portugal. Celebra-se a sua história, o papel significativo que desempenha no nosso quotidiano, bem como a sua importância no nosso futuro.
Há precisamente 168 anos que a ferrovia liga cidades, comunidades e aproxima pessoas, permitindo o transporte de mercadorias e passageiros de forma eficiente, segura e sustentável, criando oportunidades que encurtam distâncias Os comboios circulam por linhas que cortam paisagens, enquanto estações, pontes, túneis e viadutos se erguem como verdadeiras obras de arte de engenharia portuguesa.
Passado: a fundação e o desenvolvimento da Ferrovia em Portugal
A história da ferrovia em Portugal teve início a 28 de outubro de 1856, com a inauguração do primeiro troço de linha férrea, que ligava Lisboa ao Carregado.
Nesse período, os transportes em Portugal faziam-se por raras e perigosas estradas, em veículos de tração animal, ou por via fluvial. Os tempos de percurso entre cidades e regiões do país contavam-se não em horas, mas em dias ou até em semanas.
A introdução do comboio movido a vapor, um produto da Revolução Industrial, representou um marco na história dos transportes em Portugal, permitindo uma mobilidade de pessoas e bens sem precedentes, essencial para o desenvolvimento económico e social do país.
A mobilidade trazida pelo comboio permitiu a circulação das mercadorias; permitiu ainda que grande número de pessoas se deslocasse, adquirisse hábitos de viagem e procurasse outros destinos; abriu caminhos para novas oportunidades; trouxe desenvolvimento para as localidades rurais, incluindo o interior do país, enquanto possibilitava o desenvolvimento das maiores cidades. Transformou o país.
Em paralelo a este desenvolvimento, as estações, as linhas, as pontes, os túneis e os viadutos mudaram a paisagem, obedecendo a tipologias que, ainda hoje, passado mais de um século, identificamos como “paisagem ferroviária”.
A Ferrovia em Portugal pode ser dividida em diversas fases:
A primeira fase, da segunda metade do século XIX até à primeira Guerra Mundial, é caracterizada pela implementação e expansão da rede ferroviária, cuja construção foi uma aprendizagem e uma novidade. Ultrapassar obstáculos naturais foi um constante desafio, superado pela engenharia e pelos poderes empresariais e políticos de então. Os modelos arquitetónicos e de exploração eram fortemente influenciados pelas escolas inglesa e francesa, refletindo as inovações tecnológicas da época. Durante este período, foram estabelecidas as primeiras linhas que ligavam Lisboa a várias regiões do país e à fronteira espanhola em 1863, e ao Porto em 1877.
A segunda fase, pós Primeira Grande Guerra Mundial, estabilizou a rede ferroviária. O comboio, ainda a vapor, chegaria a todos os distritos do país e as linhas mais importantes foram eletrificadas e tiveram a duplicação de via. Esta fase viu o comboio tornar-se uma parte integral da vida quotidiana, facilitando o deslocamento de trabalhadores e o transporte de mercadorias;
A terceira fase, pós 25 de abril de 1974, trouxe novos desafios ao setor da ferrovia. Com o crescimento do transporte rodoviário e a construção de novas estradas, o modelo de exploração ferroviária teve de se reinventar.
Presente: modernização da Rede Ferroviária ao serviço dos cidadãos
Durante a quarta e atual fase, a IP continua a modernizar e a revitalizar a infraestrutura ferroviária, não só para a melhoria da eficácia do serviço, mas também para uma melhoria significativa em termos de conforto, fiabilidade e segurança da circulação.
Estão em curso várias obras de modernização que podem ser consultadas aqui:
Futuro
Portugal tem assistido a uma transformação significativa no paradigma de mobilidade, com o transporte ferroviário a assumir um papel cada vez mais central.
O trabalho de modernização atual da infraestrutura ferroviária tem como objetivos estratégicos reforçar a mobilidade, as condições de exploração e a qualidade de serviço prestado.
Com um olhar posto no futuro, o Projeto da Nova Linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa vai aumentar a capacidade e competitividade do sistema ferroviário, o reforço da conetividade territorial alargada a todo o país e a descarbonização do setor dos transportes.
O futuro do transporte ferroviário em Portugal também inclui a expansão das ligações internacionais. Estão previstas ligações de alta velocidade entre Porto e Vigo, assim como entre Lisboa e Madrid, representando um avanço significativo na mobilidade, proporcionando uma alternativa mais sustentável ao transporte aéreo.
Esta expansão reflete um compromisso com o desenvolvimento económico, a coesão territorial e social, e a sustentabilidade ambiental. A ferrovia está a ser posicionada como um pilar fundamental na estratégia de descarbonização, alinhando-se às metas europeias de sustentabilidade.
Viajar de comboio na Europa tornou-se mais favorável e mais sustentável graças a iniciativas recentes da UE. Entraram recentemente em vigor novos regulamentos relativos à rede transeuropeia de transportes (RTE-T), com o objetivo de melhorar a conectividade ferroviária e de tornar as viagens mais ecológicas. Ambicionam-se serviços ferroviários melhores e mais eficientes em toda a Europa.
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